Clipping: Quatro gaúchos revelam seus desejos enquanto esperam na fila por um novo órgão

Confira esta excelente reportagem publicada pelo Jornal Zero Hora em 01/07/2011

Zero Hora selecionou pessoas de idades diferentes para simbolizar os 2,8 mil gaúchos que necessitam de ajuda

Marcelo Gonzatto | marcelo.gonzatto@zerohora.com.br
A fila de 2,8 mil gaúchos à espera de um transplante esconde pacientes que enfrentam com esperança a rotina exaustiva da hemodiálise, respiram com dificuldade progressiva, abandonam empregos ou dependem de familiares para continuar vivendo.

Para recuperarem a saúde, essas pessoas precisam da boa vontade de outros anônimos. A disposição dos familiares de vítimas de morte encefálica em permitir a remoção dos órgãos e sua doação é indispensável.

A fim de revelar qual seria o impacto de cada decisão favorável sobre a vida de quem aguarda por uma cirurgia, ZH contou com a ajuda da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul e de hospitais para entrar em contato com alguns dos candidatos a transplante.

Foram selecionadas quatro pessoas com diferentes sexos, idades e necessidades a fim de abranger a variedade de dramas pessoais no aguardo de um telefonema informando que foi encontrado um doador compatível. Confira os pedidos de ajuda dos escolhidos:

Letícia Corassa, 34 anos, deseja respirar sem a ajuda de aparelhos"Doar órgãos é uma ação simples. Depois da morte cerebral, não há mais recurso. É um ato lindo e simples, mas o que isso vai provocar na vida de quem recebe a doação será a melhor coisa que poderia acontecer para essa pessoa".









Julio Cesar Rabuske Dutra, 44 anos, enfrenta a fila pela segunda vez em 10 anos"É muito complicado viver esperando. Por isso, quem decide doar órgãos está dando valor à vida de quem está fazendo de tudo para continuar vivo".



Antelmo Campiol, 53 anos, aguarda por dois órgãos"Às vezes, os familiares não aceitam fazer a doação de órgãos. Mas, se eles estivessem na minha pele, entenderiam como é estar nesta situação. Apenas um doador pode fazer o bem para muitas pessoas".



Andressa Lima Neves, 2 anos, brinca enquanto novo fígado não aparece"Se cada um puder fazer a sua parte e se declarar um doador de órgãos, já vai ajudar a diminuir a fila. Sei que a morte é um momento difícil para autorizar a doação, mas acredito que os familiares podem se sensibilizar com a situação de pessoas como a gente", diz a mãe Silvana.

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