RS busca aproveitar potencial eólico em um mundo que priorizará energia limpa

Marinella Peruzzo - MTB 8764 | Agência de Notícias - 12:34-28/03/2012 - Edição: Sheyla Scardoelli - MTB 6727 - Foto: Marcelo Bertani

Em audiência pública da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável, na manhã desta quarta-feira (28), parlamentares, representantes do governo e empresários discutiram o tema da energia eólica no Estado. O debate foi proposto pelo deputado Heitor Schuch (PSB), que dividiu a condução dos trabalhos ao lado do presidente da comissão, deputado Adilson Troca (PSDB).

Schuch abriu a audiência explicando os motivos da sua proposição. Disse que não é novidade que o Estado possui insuficiência de energia elétrica. Segundo ele, trata-se de um problema crônico, sobre o qual inclusive já foram realizadas várias audiências públicas. Por outro lado, observou o parlamentar, houve muito avanço em energia limpa nos últimos anos e já se tem algumas experiências nesse sentido.

Potencial econômico
O secretário-adjunto do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Junico Antunes, afirmou que, na nova economia, a energia eólica é a segunda prioridade, ficando atrás apenas da indústria oceânica. Disse que o vento "é extremamente democrático no Rio Grande do Sul" e tem favorecido justamente as regiões mais deprimidas do estado. "Estamos recém começando a potencializar esse investimento e cabe ao governo o papel de articulação nesse processo", disse o secretário.

Segundo ele, o governo estadual vem trabalhando firmemente para captar empresas para a estruturação de uma cadeia produtiva no setor. Registrou que o estado ainda importa 61% da sua energia, mas possui um potencial enorme que poderá ser aproveitado a partir dos leilões, da atração de investimentos e do desenvolvimento da cadeia produtiva.

Representado a Eletrobras e a Eletrosul, Jorge Paglioli Jobim disse que recebe muitos contatos de proprietários rurais oferecendo suas propriedades para a instalação de parques eólicos. Falou sobre questões que ainda atrapalham o processo, como a demora em licenciamentos ambientais, e sobre os critérios para a instalação de empreendimentos. Explicou que a existência de vento na região e a proximidade à rede básica de energia são dois elementos fundamentais. "Se houver uma área extremamente favorável em termos de ventos, mas distante de uma subestação, isso encarece o investimento", afirmou.

O representante da CEEE, Ricardo Orling, disse que a empresa está trabalhando tanto com investimentos próprios como em parcerias, com projetos privados, e tem interesse em participar de empreendimentos de transmissão.

Atração de empresas
O diretor da Agência Gaúcha do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco Franceschi afirmou que o RS possui uma indústria altamente qualificada e que a agência tem trabalhado incessantemente para atrair empresas e aprender com elas buscando desenvolver tecnologia própria e gerar emprego e renda. Também mencionou o potencial do Estado, observando que a Alemanha possui 27 gigawatts instalados, mas não tem mais para onde avançar, enquanto o RS possui apenas 1,1 gigawatt mas um potencial de 115 gigawatts. Parabenizou a Assembleia Legislativa pela iniciativa do debate e disse que é preciso a participação de todos para se avançar no tema.

Em termos de tributos, o diretor da AGDI afirmou que quem mais ganha com a instalação de uma empresa é o município, e que, nas regiões mais deprimidas, o impacto é muito grande.

Também participaram da audiência os deputados Alexandre Lindenmeyer (PT), Pedro Pereira (PP) e Frederico Antunes (PP), representantes da iniciativa privada e o prefeito de Saldanha Marinho, Gilnei Steffens.

Reunião ordinária
Antes da audiência, durante reunião ordinária, os parlamentares aprovaram, por unanimidade, o parecer do deputado Pedro Pereira (PSDB), favorável, ao Projeto de Lei 40/2008, que exige das academias de ginástica, clubes esportivos e estabelecimentos similares a exibição de placa advertindo sobre as consequências do uso de anabolizantes. O projeto é de autoria do deputado José Sperotto (PTB).

Também aprovaram dois requerimentos de audiências públicas: a primeira, proposta pelo deputado Luis Fernando Schmidt (PT), tratará da construção de uma ponte sobre o Rio Jacuí, entre os municípios de Triunfo e São Jerônimo; a segunda, proposta pelo deputado Gerson Burmann (PDT), debaterá o fortalecimento da fiscalização de trânsito de mercadorias, por meio da manutenção dos postos fiscais e da reabertura dos postos e turmas volantes que foram fechados, com reposição de pessoal através de concurso público e melhoria da infraestrutura.

O primeiro debate será em Triunfo, em data ainda a ser definida. O segundo, também ainda sem data definida, deverá ser conjunto com as comissões de Finanças, Assuntos Municipais e Segurança e Serviços Públicos.

Além do presidente do grupo técnico, Adilson Troca (PSDB), participaram da reunião os deputados Pedro Pereira (PSDB), Paulo Odone (PPS), Luis Fernando Schmidt (PT), Alexandre Lindenmeyer (PT), José Sperotto (PTB), Aloísio Classmann (PTB), Marco Alba (PMDB), Márcio Biolchi (PMDB), Gerson Burmann (PDT) e Heitor Schuch (PSB).

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