Comissão de Economia discute alternativas para infraestrutura e logística da Serra


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A região da Serra Gaúcha tem um diagnóstico preciso de suas necessidades para continuar se desenvolvendo e gerando empregos: é preciso investir em novos modais de transporte. Em audiência pública da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, na noite desta segunda-feira (18), em Caxias, as lideranças regionais foram unânimes em apontar a questão como o maior entrave enfrentado para o crescimento econômico. A reunião foi presidida pelo deputado estadual Adilson Troca (PSDB).
Três temas dominaram o debate: um novo aeroporto com capacidade de carga, a implantação do trem regional e a melhoria das estradas. ““São questões complexas, que exigem acompanhamento constante soma de esforços. A Comissão vai continuar trabalhado estas pautas. Foi uma reunião muito produtiva“, concluiu o presidente Adilson Troca. Ele informou que os pleitos apresentados durante a audiência serão encaminhados as autoridades competentes para que seja possível dar prosseguimento as discussões
O vereador Guila Sebben, de Caxias do Sul, explicou que propôs a audiência pública em virtude da falta de infraestrutura e logística adequada. Ele lembrou que a Serra é polo metal mecânico, de malhas e hortifrutigranjeiro, mas que os produtores enfrentam más condições para trazer matéria-prima e escoar sua produção. “O frete representa em alguns setores 18% do custo dos produtos colocados à disposição do consumidor”. Conforme ele, trata-se de uma questão estratégica para manter competitividade e gerar desenvolvimento e empregos.
Em complemento, o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Caxias do Sul, Francisco Spiandorello, ressaltou o interesse regional no debate da inclusão de novos modais de transporte. “Caxias é uma cidade de quase 500 mil habitantes, com 1,2 milhões de habitantes no entorno. Temos 60 mil empresas, 92% de micro e pequenas e outras de porte mundial. Nossas estradas tem hoje 300% de excedente em sua capacidade”. Spiandorello acrescentou que a infraestrutura consome 11,5% do PIB e defendeu a realização de Parcerias Público Privadas para superar os gargalos.
Apresentando a posição do Sindijojas, Sadi Donazzolo, corroborou a necessidade de implantação dos modais ferroviário e hidroviário, além de aeroporto com capacidade de carga para diminuir custos logísticos.
O deputado estadual Tiago Simom ressaltou a importância da Serra para a economia do Estado e a necessidade de garantir condições para o desenvolvimento.
Já o deputado estadual Sérgio Turra valorizou o diagnóstico da região sobre suas necessidades e ressaltou que o caminho para uma solução de Estado são as Parcerias Público Privadas.
FERROVIA
Sobre o modal ferroviário, o representante da Rumo ALL, Miguel Evangelista, disse que as ferrovias são fatores de desenvolvimento. Ele acrescentou que um dos grandes desafios é a intermodalidade e explicou que o modal rodoviário é eficiente em distâncias inferiores a 400km, que o ferroviário é indicado entre 400km e 1500km e que a partir daí a vantagem é do hidroviário. Evangelista apontou a necessidade de se pensar e agir de maneira planejada, com foco no futuro.
O Secretário de Desenvolvimento de Bento Gonçalves, Neri Mazochin, reforçou a necessidade de uma ferrovia regional e de um aeroporto de carga. Pela Câmara de Indústria e Comércio, Mauro Vencato, referiu que o transporte de aço, sozinho, é responsável pela movimentação de 1600 carretas por mês apenas nas rodovias e lamentou que a ferrovia foi abandonada há muitos anos atrás. Ele acentuou ainda a necessidade de incluir o transporte hidroviário no contexto da Serra.
CURVA DA MORTE
Representando a EGR, Rodrigo Santolin, afirmou que empresa é parceira e quer contribuir. Ele anunciou a contratação de um estudo para resolver a situação da “Curva da Morte”, na RS-122.
José Adamoli, presidente do Corede Serra, entregou uma pauta de reivindicações à comissão, contemplando diversas questões de interesse da região no âmbito da gestão pública, infraestrutura, saúde e outras áreas. Da Associação da Empresas de Pequeno Porte (Microempa), João Carlos Vigan, ressaltou que as dificuldades se tornam ainda maiores para os pequenos empresários, uma vez que os custos de produção são muito impactados pela logística.
O vereador de Caxias, Rafael Bueno, trouxe à audiência a questão da educação, solicitando apoio dos deputados para a instalação de um campus da UFRGS na cidade, com cursos focados no desenvolvimento regional.

O volume de impostos gerados por Caxias e região foi enfatizado pelo vereador caxiense Jaison Barbosa, que também cobrou mais investimentos na mais na cidade. 

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