Doação de Órgãos: espera e esperança


*Adilson Troca    
    
O sorriso incontido de uma pai destoa dos demais presentes na sala de espera de um hospital na capital do Estado. O ambiente, que traz consigo a sensação de doença, naquele riso aberto, converte-se em esperança.  A cena reflete o sentimento mais puro de uma família que saiu do interior do Estado onde o filho aguardava por um transplante para enfim alcançar o que mais queriam: uma nova chance de vida.
A opção de uma outra família, desconhecida, de uma outra cidade, ao enfrentar a tragédia da perda de um ente querido, fez ressurgir vida no olhar de quem angustiava uma espera incerta por um órgãos.
A matéria prima que constrói esperança, sorrisos e transplantes é a mesma: a solidariedade. Deixar o amor ao próximo conduzir nossas decisões sem dúvidas nos leva a um mundo melhor. A opção de doar órgãos honra a memória de quem se foi. Na hora da tragédia, certamente não é fácil escolher. Por isso é fundamental já se ter discutido o assunto em casa.
O relatório da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos referente a 2014 mostra que o Rio Grande do Sul avança na questão dos transplantes, atingindo 20 doadores efetivos por milhão de população. O número coloca o Estado como o quinto com mais doadores do país proporcionalmente. Ainda assim, é preciso avançar muito. Números são frios. A espera por um órgão é mais fria ainda e somente a decisão das famílias pode trazer aconchego a quem aguarda na fila de transplantes.
Cada iniciativa que visa conscientizar a população sobre a importância de ser doador é fundamental. Nada, porém, é mais relevante do que a que a atitude que cada um pode ter em casa. Converse com sua família. Deixe clara sua vontade de ser doador.
Ao invés da espera, escolha a esperança. Escolha ser doador.


* Deputado Estadual, Presidente da Frente Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos

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