Transplantes: antes do sim
*Adilson Troca
Sejamos realistas: neste exato instante, enquanto
você lê este texto, 32.000 mil
brasileiros, dos quais 1.212 são gaúchos, encontram-se inscritos na
espera por um transplante. Para deixar de fazer parte desta dura estatística é
preciso contar com a solidariedade alheia.
Os números apresentados no início de agosto pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)
mostram que no país 44% das famílias dizem não a doação de órgãos. Este entrave
só pode ser superado pelo diálogo franco em casa, com base em muita informação.
Para ampliar o número de transplantes realizados pesam questões técnicas,
estruturais, mas o mais simples já contribuiria muito. Trazer a discussão da
doação de órgãos para o cotidiano, superando os preconceitos que atravancam o
processo.
Antes do sim, existe a dúvida. Existe o não.
É preciso estimular conversas positivas, conscientes e certezas capazes de
salvar vidas. Na difícil hora da decisão, a falta de diálogo em casa acaba
impedindo que diversas vidas sejam beneficiadas. Um único sim pode salvar até
oito pessoas.
Eu sou doador de órgãos. Hoje conversarei novamente com minha família sobre
esta escolha. Que tal fazer o mesmo?
*Deputado Estadual, presidente da Frente
Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos
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