No Grande Expediente, Troca reitera a importância da doação de órgãos




O período do Grande Expediente da sessão plenária desta quarta-feira (25) foi ocupado pelo deputado Adílson Troca (PSDB). Da tribuna do Plenário 20 de Setembro, o parlamentar tratou de um tema que, segundo referiu, considera de crucial importância: a doação de órgãos, uma causa que salva vidas. Troca, presidente da Frente Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos, dedica-se à questão há 12 anos.
 
A Frente Parlamentar, explicou, funciona por meio de parceria com poderes, entidades, conselhos e associações, com o objetivo de conscientizar o máximo possível de pessoas sobre a importância do tema. “Trata-se de um trabalho em favor da vida. Somamos as experiências e capacidades dos diversos parceiros na obtenção de um resultado mais efetivo em favor do aumento na doação de órgãos. Só assim, poderemos diminuir o sofrimento de quem espera em longas filas por um transplante”, considerou.
 
Segundo números atualizados a que se tem acesso, referentes ao fim do primeiro semestre, existem 32.956 brasileiros adultos e 887 crianças na fila de espera por um transplante. “Deste total, 1.109 pacientes adultos e 35 crianças são gaúchos. Porém, mais importante do que números e estatísticas são os indivíduos, pessoas cujo futuro depende de uma decisão de terceiros: a decisão de doar órgãos”, sublinhou.
 
O deputado, integrante da Mesa Diretora do Legislativo gaúcho, insistiu que a saúde e a vida destes pacientes passam pela solidariedade de quem escolhe ser doador de órgãos. “Pela Lei Brasileira, não adianta deixar nada por escrito, registrado ou documentado. O que vale mesmo é a decisão da família”, alertou. Por isso, agregou, é fundamental dialogar em casa “sobre sua vontade de ser doador”.
 
Avanços 
Desde a instalação da Frente Parlamentar, a Doação de Órgãos avançou no Rio Grande do Sul, comunicou Troca, observando que isso se deve a vários fatores, e cada pequena ação contribui. Em 2010, destacou o parlamentar, eram 12,4 doadores efetivos por milhão de habitantes, conforme dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. “Avançamos e, em 2015, o Brasil chegou a 14,1 doadores efetivos por milhão de habitantes, enquanto no Rio Grande do Sul atingimos 21,9”, comemorou.
 
No primeiro semestre de 2017, continuou narrando, enquanto o país teve 16,2 doadores, no RS avançamos para 25,5 doadores efetivos por milhão de pessoas. “Ainda assim, podemos evoluir muito se ampliarmos a conscientização sobre a importância de ser doador, afinal 44% das famílias negam a doação”, lamentou Troca. “Há vários fatores que compõe esta decisão, mas não há dúvida que, com mais diálogo e informação, podemos aumentar o número de doações e salvar mais vidas”, ponderou, destacando uma manifestação do médico Valter Duro Garcia, referência em transplantes: é mais fácil uma pessoa precisar de um órgão do que ter a oportunidade de ser doadora.
 
Na sua avaliação, o sistema da Doação de Órgãos está muito bem organizado, podendo, no entanto, sempre ser melhorado. Mencionando um grande número de instituições parceiras, Adílson Troca informou que, neste ano de 2017, “realizamos ações em dezenas municípios do interior do Estado pela conscientização da importância de ser doador. Pela internet, em nossa página do Facebook chamada Sou Doador, apenas na semana do dia 27 de setembro, dia do doador de órgãos, somamos mais de 4 mil compartilhamentos, envolvendo mais de 300 mil pessoas”, enalteceu.
 
Em meio a tantas pessoas envolvidas e contatos estabelecidos, Adílson Troca citou Lúcia Elbern, psicóloga, idealizadora da associação sem fins lucrativos Via Vida Pró-Doações e Transplantes, criada em 29 de junho de 2000. A organização tem seus projetos, ações e atividades realizados por voluntários. É possuidora de muitos registros, inscrições e certificados, como o de Utilidade Pública Federal e Filantropia, além de ter recebido premiações pelo trabalho social, contou Troca. Sua missão, frisou, é a de contribuir para a diminuição do número de doentes em lista de espera por órgão ou tecido, promovendo a vida e a saúde com incentivos à prevenção das diversas patologias que levam aos diferentes transplantes, divulgando a importância da doação de órgãos e tecidos. Destacou, igualmente, as várias atividades e projetos da ViaVida.
 
Homenagem 
O deputado do PSDB fez uma pausa para lembrar que a Medalha Mérito Farroupilha é a honraria máxima concedida pelo Parlamento gaúcho, com cada deputado podendo escolher apenas uma pessoa a cada mandato para recebê-la, sendo que a indicação exige aprovação dos pares na mesa diretora. “Fiz questão que minha indicação contemplasse a causa da Doação de Órgãos”, comunicou, apontando que a escolha não foi fácil diante de tantas possibilidades dos que vivem a causa. No entanto, sublinhou Troca, simbolizando todos os que se dedicam à doação de órgãos, a todos os voluntários e voluntários da ViaVida, “escolhemos a Lúcia Elbern para receber a Medalha Mérito Farroupilha”, informou.
 
Na sequência, leu carta da homenageada, que agradeceu a deferência. Ao final, recordou que Doação de Órgãos é representada pela cor verde, símbolo universal de esperança. “E a esperança se nutre de ações como as de Cláudio Diettrich, que se dedica a Doação de Órgãos em um grande trabalho do Lions Clube de Venâncio Aires. Ele nos entregou de uma só vez 2 mil cadastros simbólicos! Por isso, o parabenizo também por sua dedicação e faço questão de citar um trecho de texto de sua autoria, denominado Testamento de Amor à Vida: Dê minha visão para um homem que nunca viu o sol nascer, um rosto de bebê ou o amor nos olhos de sua mulher. Dê meus rins para quem dependa de uma máquina para viver, e meu coração para uma pessoa na qual seu coração tenha sofrido dias e dias com dores sem fim, e não tenha mais condições de bater”.
 
Antes de encerrar, convidou a que cada um dos presentes, bem como os que assistiam à sessão, para que conversem com seus familiares sobre este o tema. “Que a esperança sempre vença. Que a vida seja amparada pela ação e iniciativa de cada um de nós. Eu sou doador de órgãos. E você?”, perguntou o deputado Adílson Troca, ao finalizar seu pronunciamento.
 
Na sequência, o deputado Troca fez a entrega da Medalha Mérito Farroupilha à Lúcia Elbern, fundadora e presidente da Via Vida.
 
Apartes e autoridades
Em apartes, manifestaram-se os deputados Adolfo Brito (PP), Miriam Marroni (PT), Lucas Redecker (PSDB), Missionário Volnei (PR), Ciro Simoni (PDT), Ronaldo Santini (PTB), Liziane Bayer (PSB) e Tiago Simon (PMDB).
 
Autoridades
Compuseram a Mesa das autoridades, além do presidente Edegar Pretto (PT), a presidente e fundadora da Associação Via Vida Pró-doações e Transplantes, Lúcia Kruel Elbern, agraciada com a Medalha do Mérito Farroupilha; a representante do governo do Estado, diretora do Hemocentro, Helena Cunha; o representante da Defensoria Pública do RS, Enir Madruga de Ávila; o presidente do Conselho Consultivo da Associação Via Vida, Clóvis Xavier; Martin Kruel Elbern, em nome dos transplantados; a representante da OAB/RS Úrsula Haack Amaral Corrêa da Silva; e o presidente da Comissão de Doação de órgãos do Lions Club Venâncio Aires Centro, Cláudio Diettrich.

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