PRÓPOR discute obstáculos ao pleno uso das hidrovias gaúchas


 O potencial hídrico navegável do Rio Grande do Sul é inegável e frequentemente apontado como possível solução logística. Na manhã desta quarta-feira (06), a Frente Parlamentar de Portos, Hidrovias e Polo Naval – PRÓPOR, presidida pelo deputado Adilson Troca, dedicou-se a debater porque isso ainda não aconteceu e que medidas podem ser tomadas para mudar esta realidade.

 - Nosso desafio é integrar as ações políticas, as necessidades estratégicas e o setor empresarial para agir em conjunto. Há gargalos complexos, mas também existem coisas mais simples que podem ser resolvidas para fomentar o setor, avalia o deputado Adilson Troca. Ele explica que o trabalho da PROPOR irá resultar em um documento aprofundado que aponte caminhos para o desenvolvimento.

O Capitão Geraldo Almeida, da Praticagem da Lagoa dos Patos, evidenciou que as pontes gaúchas hoje se constituem em obstáculos ao aproveitamento pleno das hidrovias, defendendo a construção de tuneis. Ele ressaltou a necessidade do apoio ao Porto da capital gaúcha. “Parece que esqueceram que o nome de Porto Alegre vem do nosso porto, que teve redução do cais de 8km para 2,5 sem novos projetos”.

Ele apresentou modelos de embarcações que poderiam realizar o transporte de passageiros entre Porto Alegre e Rio Grande em 5 horas e outro capaz de carregar até mesmo caminhões que hoje voltam vazios do Porto do rio Grande. O Capitão Almeida lembrou ainda as péssimas condições do navio que faz o balizamento das hidrovias e da draga, consideradas peças de museu, que passam mais tempo estragadas do que operando. “O resultado disso tudo é a perda de cargas para Santa Catarina”, resume.

Investimento
Uma pequena fração do valor investido anualmente na recuperação de rodovias faria uma grande diferença nas hidrovias gaúchas. A opinião é do Dr. Eloi Spohr, superintendente do DNIT/AHSUL. Ele apresentou a situação das hidrovias gaúchas, as barragens existentes e as oportunidades da parceria do Brasil com o Uruguai para setor.
 Nos próximos 30 anos a tendência é de que o modal se fortaleçam em função de sua viabilidade econômica, acredita Spohr. Para isso ele defende a mudança nas Leis vigentes, que acabam por privilegiar o setor rodoviário.

Regramento
Mudanças importantes nas normas que regem as hidrovias no Brasil (NBR), adaptando os requisitos técnicos à legislação internacional foram apresentadas pelo Professor Doutor Edson Mesquita. A nova legislação é mais moderna e completa.
Fatores como velocidade dos navios, temperatura e salinidade das águas, ventos, correntes e tipo de fundo de solo influenciam na necessidade de calado nas vias e a nova NBR contempla todos estes aspectos. O especialista entende que as hidrovias do estado devem ser beneficiadas, pois as regras antigas eram mais conservadoras em relação ao calado necessário para a navegação.

Participaram da reunião da PROPOR diversas autoridades acadêmicas, políticas e técnicas do setor, com representação da prefeitura do Rio Grande, FURG, SPH, entre outros. 

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