PRÓPOR discute obstáculos ao pleno uso das hidrovias gaúchas
- Nosso desafio é
integrar as ações políticas, as necessidades estratégicas e o setor empresarial
para agir em conjunto. Há gargalos complexos, mas também existem coisas mais
simples que podem ser resolvidas para fomentar o setor, avalia o deputado Adilson
Troca. Ele explica que o trabalho da PROPOR irá resultar em um documento aprofundado
que aponte caminhos para o desenvolvimento.
O Capitão Geraldo Almeida, da Praticagem da Lagoa dos Patos,
evidenciou que as pontes gaúchas hoje se constituem em obstáculos ao
aproveitamento pleno das hidrovias, defendendo a construção de tuneis. Ele
ressaltou a necessidade do apoio ao Porto da capital gaúcha. “Parece que esqueceram
que o nome de Porto Alegre vem do nosso porto, que teve redução do cais de 8km
para 2,5 sem novos projetos”.
Ele apresentou modelos de embarcações que poderiam realizar
o transporte de passageiros entre Porto Alegre e Rio Grande em 5 horas e outro
capaz de carregar até mesmo caminhões que hoje voltam vazios do Porto do rio
Grande. O Capitão Almeida lembrou ainda as péssimas condições do navio que faz
o balizamento das hidrovias e da draga, consideradas peças de museu, que passam
mais tempo estragadas do que operando. “O resultado disso tudo é a perda de
cargas para Santa Catarina”, resume.
Investimento
Uma pequena fração do valor investido anualmente na
recuperação de rodovias faria uma grande diferença nas hidrovias gaúchas. A
opinião é do Dr. Eloi Spohr, superintendente do DNIT/AHSUL. Ele apresentou a
situação das hidrovias gaúchas, as barragens existentes e as oportunidades da
parceria do Brasil com o Uruguai para setor.
Nos próximos 30 anos
a tendência é de que o modal se fortaleçam em função de sua viabilidade econômica,
acredita Spohr. Para isso ele defende a mudança nas Leis vigentes, que acabam
por privilegiar o setor rodoviário.
Regramento
Mudanças importantes nas normas que regem as hidrovias no
Brasil (NBR), adaptando os requisitos técnicos à legislação internacional foram
apresentadas pelo Professor Doutor Edson Mesquita. A nova legislação é mais
moderna e completa.
Fatores como velocidade dos navios, temperatura e salinidade
das águas, ventos, correntes e tipo de fundo de solo influenciam na necessidade
de calado nas vias e a nova NBR contempla todos estes aspectos. O especialista
entende que as hidrovias do estado devem ser beneficiadas, pois as regras
antigas eram mais conservadoras em relação ao calado necessário para a
navegação.
Participaram da reunião da PROPOR diversas autoridades acadêmicas,
políticas e técnicas do setor, com representação da prefeitura do Rio Grande,
FURG, SPH, entre outros.
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